Orientação sobre cloroquina gera contradição no Ministério da Saúde e médicos não a assinaram
O Ministério da Saúde entrou em contradição nesta quarta-feira ao comentar a falta de assinaturas nas novas orientações de utilização da cloroquina em pacientes com coronavírus. Em entrevista coletiva, foi informado que o texto será assinado por secretários. Depois, contudo, a assessoria de imprensa afirmou que não há necessidade de assinatura.
O texto, divulgado na manhã desta quarta, não é assinado por nenhum técnico ou médico colaborador. Há apenas a informação de que trata de “orientações do Ministério da Saúde para tratamento medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19”.
No início da noite, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o secretário-executivo adjunto do Ministério da Saúde, Élcio Franco, afirmou que o texto já estava assinado e que, se não estivesse, estaria “em alguns minutos”.
— O documento, ele está, sim, assinado e convalidado por todos os secretários e, se ainda não estar, vai estar em breve, em alguns minutos, acredito, disponibilizado na página do ministério, com a assinatura de todos os secretários. No momento que os secretários assinam, eles estão convalidando as informações que lhe foram passadas, trabalhadas, discutidas para a construção do conhecimento na elaboração desse documento.
Questionado sobre quem assinaria, Élcio Franco citou os titulares ou substitutos de sete secretarias:
“O documento estará assinado pelo secretário, titular ou substituto, da Secretaria de Ciência e Tecnologia, Secretaria de Atenção Especializada, Secretaria de Atenção à Saúde, Secretaria de Saúde Indígena, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde e pela Secretaria-Executiva”, detalhou.
Entretanto, após o encerramento da coletiva, a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou por e-mail que “por ser uma publicação com orientações de várias áreas do Ministério da Saúde, assim como outros documentos, não há necessidade de assinatura”. O GLOBO havia questionado pela manhã a pasta sobre a razão do documento não trazer nenhuma assinatura, ressaltando que um protocolo divulgado em abril havia sido assinado por uma equipe de especialistas.
O Globo