OMS chama a atenção ao revelar que ‘bala de prata’ contra Covid-19 pode nunca existir
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta segunda-feira que, embora exista uma grande esperança em torno de uma vacina contra a Covid-19, pode nunca haver uma “bala de prata” contra o coronavírus, que já infectou milhões de pessoas ao redor do mundo.
— Não existe uma bala de prata no momento e pode nunca haver — disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Gebreyesus, em entrevista coletiva online na sede da entidade, em Genebra.
Liderando os esforços mundiais para deter a pandemia de Covid-19, a OMS vem reafirmando diariamente que é possível controlar a disseminação da doença e reduzir a mortalidade com políticas de testagem em massa, rastreamento de casos suspeitos e adoção de medidas de distanciamento social e higiene, com o devido exemplo de lideranças e com apoio às comunidades, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade.
— A mensagem para as pessoas e os governos é clara: façam tudo — disse Tedros, que afirmou também que as máscaras devem se tornar um símbolo de solidariedade em todo o mundo.
Avanços no combate à Covid
A organização reforçou a velocidade com que avanços científicos têm sido feitos em relação à melhoria dos testes, dos tratamentos e, especialmente, das vacinas. Hoje, três experimentos com imunizantes já evoluíram para a fase 3 dos testes clínicos.
— Isso não significa que teremos a vacina, mas a velocidade com que os avanços são feitos não tem precedentes — comentou Tedros. — Várias vacinas estão agora na fase três dos ensaios clínicos e todos esperamos ter várias vacinas eficazes que possam ajudar a prevenir as pessoas de infecção. Mas há a preocupação de que não haja uma vacina eficaz ou que sua imunização dure apenas alguns meses. Não saberemos até a conclusão dos testes.
O diretor-executivo do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, disse que países com altas taxas de transmissão, incluindo Brasil e Índia, precisam se preparar para uma grande batalha:
— A saída é longa e requer um compromisso sustentado.
Na mesma entrevista, a epidemiologista e chefe da unidade de doenças infecciosas emergentes da OMS, Maria Van Kerkhove, estimou a taxa de mortalidade da Covid-19 em 0,6%, segundo os números mais recentes. No Brasil, ela está atualmente em 3,4%, segundo dados apurados pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde.
Missão da OMS na China
Uma missão da OMS concluiu o trabalho preparatório para sua investigação sobre a origem da pandemia de Covid-19, anunciou nesta segunda-feira a agência das Nações Unidas.
— A equipe da OMS que viajou à China terminou sua missão para estabelecer as bases dos esforços conjuntos para identificar as origens do vírus — afirmou Tedros na mesma coletiva — Estudos epidemiológicos começarão em Wuhan para identificar a fonte potencial de infecção dos primeiros casos.
Uma segunda equipe coordenada pela OMS e composta por especialistas de diferentes nacionalidades, incluindo chineses, deve iniciar os trabalhos em breve, embora o calendário e a composição do time não tenham sido informados.
O Globo