‘Não é vacina da China, é vacina do Butantan’, diz Dimas Covas sobre a coronavac

Imagem de Dimas Covas extraída do Programa Roda Viva, da TV Cultura

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, rechaçou o rótulo de “vacina chinesa” para a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac. Esse vem sendo o rótulo usado principalmente por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Para Dimas, o rótulo foi colocado no imunizante contra a covid-19 com objetivo “político e ideológico”.

“Primeiro, que não se trata de uma vacina chinesa, é brasileira, do Instituto Butantan. É uma vacina que será incorporada ao portfólio do Butantan. E, em nenhum momento, essa vacina será como outras, absolutamente 100% chinesa”, rebateu Dimas, durante participação no programa “Roda Viva”, da TV Cultura.

“A vacina de Astrazeneca é produzida na China, a matéria-prima é produzida em Wuhan, a matéria-prima que usamos é produzida em Beijing [Pequim, capital da China]. As duas fábricas, tanto da Sinovac como a que foi contratada pela Astrazeneca, foram inspecionadas recentemente pela nossa Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Esse é o ponto principal: o rótulo que foi colocado é absolutamente com a finalidade política e ideológica”, acrescentou, fazendo referência à vacina desenvolvida na parceria entre a Astrazeneca, a Universidade de Oxford e, no Brasil, a Fundação Fiocruz.

Em seguida, a pneumologista Margareth Dalcomo, da FioCruz, que também participou do debate no programa, criticou o rótulo recebido pela Coronavac, do Butantan, e disse se tratar de um “preconceito até ingênuo”.

“As pessoas têm que entender para acabar com esse preconceito que é até ingênuo, né? Da vacina chinesa, ou algo assim. A China é o maior produtor de insumos em biotecnologia do mundo. Se formos levar na ponta da faca, é tudo chinês. A fábrica que produz o insumo para Astrazeneca fica na China e foi visitado agora. As pessoas têm que saber disso, que tudo que recebemos, até matéria-prima, para fazermos remédio.”

UOL