Na Itália, agência de remédios suspende uso de hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19

Uso de hidroxicloroquina no combate à Covid-19 tem sido desaconselhado
Foto: NARINDER NANU / AFP

Ainda como consequência do estudo sobre o uso de hidroxicloroquina e cloroquina publicado na última sexta pela revista científica Lancet, alguns países europeus suspenderam o uso dos medicamentos no tratamento de pacientes com Covid-19. O mais recente deles foi a Itália. Nesta terça, a Agência Italiana de Remédios (Aifa) publicou decisão neste sentido.

A agência afirmou que a droga só pode ser utilizada no âmbito de estudos clínicos conduzidos em hospitais ou domicílios. Ela reconheceu que as novas evidências trazidas à tona sobre o risco de reações adversas reforçou esta decisão.

“Em particular, a hidroxicloroquina, como há falta de indicação terapêutica específica para Covid-19, foi tornada disponível levando em conta evidências científicas preliminares em pacientes Covid-19 e perante um perfil de toxicidade que parecia consolidado nos usos clínicos já autorizados para o tratamento crônico das doenças reumáticas. A posição da Agência foi, portanto, aquela de testar o uso, com dosagem e tempo indicado nos protocolos, no contexto de uma acurada avaliação da relação risco/benefícios nos casos”, diz a nota.

A Anfisa afirmou que, até o momento, não houve registro de nenhum aumento do risco de reações adversas em pacientes tratados com estes medicamentos. Mas reforçou que nunca recomendou seu uso como prevenção à Covid-19.

A decisão da agência italiana vai no mesmo sentido que a divulgada mais cedo pelo Conselho Nacional para Saúde Pública da França, que recomendou aos médicos não utilizar hidroxicloroquina e cloroquina nos pacientes com Covid-19. Este posicionamento foi uma reação à consulta feita pelo ministro da saúde Olivier Véran após a publicação da pesquisa na Lancet.

Vale lembrar que a França foi o primeiro país europeu a adotar o uso da hidroxicloroquina no tratamento de Covid-19. A Agência Nacional de Remédios informou que irá suspender novos testes clínicos com a droga no aguardo de uma nova avaliação global dos riscos/benefícios dessa molécula nos testes.

O Globo