Confira a repercussão da saída do ministro da Saúde Nelson Teich em todos os poderes

Arte: Politize

Autoridades, partidos políticos e entidades ligadas à saúde se manifestaram nesta sexta-feira (15) diante do anúncio da saída de Nelson Teich do cargo de ministro da Saúde. Em nota, a pasta informou que ele pediu demissão.

Teich assumiu o ministério em 17 de abril, em meio à pandemia do coronavírus, e substituiu Luiz Henrique Mandetta. Logo após o anúncio da saída de seu sucessor, Mandetta publicou e uma rede social: “Oremos. Força SUS. Ciência. Paciência. Fé! #FicaEmCasa”.

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, disse que ficou surpreso com a saída de Teich. “Eu não sabia disso, deve ser informação nova. É sempre preocupante, porque é um momento de batalha, mas certamente ele tem uma equipe e essa equipe vai continuar a trabalhar”, disse Pontes nesta sexta, em Sorocaba (SP).

“Nós temos muitos problemas para resolver, e é um problema sem dúvida nenhuma, mas nós vamos conseguir vencer, com certeza”, completou o ministro durante visita a uma linha de montagem de respiradores para tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus.

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro também se manifestou em uma rede social: “Cenário difícil, em plena pandemia, 13993 mortes até ontem. Números crescentes a cada dia. Cuide-se e cuide dos outros.”

Entidades ligadas à saúde
Alberto Beltrame, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) – “O CONASS manifesta sua mais alta preocupação com a instabilidade no Ministério da Saúde e na condução da grave emergência em saúde que o país atravessa. Estamos diante da maior calamidade na saúde pública, com o maior número de mortos de nossa história recente. Não é o momento de jogar mais dúvidas neste cenário, que tem infligido tanta dor, sofrimento e morte aos brasileiros. Estabilidade, unidade técnica, esforços conjuntos, ações efetivas e compromisso com a vida e com saúde da população é o que se espera dos gestores neste momento. Em todas as esferas de Governo. A instabilidade e a falta de ações coordenadas e claras, neste momento, são inimigas da saúde e da vida.”

Partidos e políticos

Carmen Zanotto (Cidadania-SC), deputada federal presidente da frente parlamentar da saúde – “Vejo com tristeza a saída dele num momento complexo pelo qual a gente passa. Cientista, Teich se preocupou com a população. A saída dele é preocupante. Espero que quem chegue, venha a dar continuidade nessa luta porque cada dia é um dia a menos na luta contra a pandemia e cada minuto importa.”

Jonas Donizette (PSB), presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e prefeito de Campinas – “O Brasil não merece esta situação, em menos de um mês cai o segundo ministro da Saúde. Qualquer profissional sério não se submeterá a um jogo que não seja para o bem da saúde da população. Enfrentar essa pandemia no país tem exigido esforços que vão além do combate à COVID-19.”

Bruno Araújo, presidente Nacional do PSDB – “A saída de Nelson Teich do ministério da Saúde confirma o que os brasileiros já sabiam. O governo brasileiro não tem planos factíveis para combater a pandemia que nos ameaça. Ao invés de buscar soluções, o presidente tem preferido desmoralizar agentes públicos e confrontar governadores e prefeitos que realmente fazem o trabalho de combate à doença. Enquanto milhares morrem perdemos tempos em políticas de tentativas e erro. A sociedade, apreensiva e perplexa, merece mais respeito, mais seriedade, menos desgoverno, menos absurdo.”

Bancada do Partido Novo na Câmara – “É preocupante, em meio a uma pandemia, evidenciar instabilidade no Ministério da Saúde enquanto mais de 14 mil vidas foram perdidas e os números só tendem a aumentar. Após a saída de seu antecessor, Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich permaneceu por apenas 29 dias no cargo. Precisamos de uma resposta rápida e eficaz para a crise e profissionais técnicos e qualificados para lidar com o atual cenário brasileiro. A bancada do NOVO na Câmara defende tomadas de decisões baseadas em fatos e evidências científicas. O Ministério da Saúde é uma pasta que deve ter esses preceitos como norte.”

Paulinho da Força (SP), presidente do Solidariedade e deputado federal – “Saiu quem não tinha entrado. Nesta sexta (15), o ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu exoneração do cargo, mas não sei se alguém percebeu, já não fazia diferença. O médico, apesar de conhecimento técnico, não conseguia expor suas ideias, não sabia lidar com a imprensa, teve dificuldade de se ambientar e era desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro o tempo todo, ou seja, não fez nada de significativo nos 28 dias que ficou no cargo. Desejo sorte ao sr. Teich na sua carreira, mas desejo ainda mais que o Governo Federal seja capaz de colocar alguém com envergadura para conduzir o ministério mais importante nesse momento de crise. Duvido que alguém consiga fazer o presidente aprender com a ciência e perceber que reduzir o isolamento social é colocar mais brasileiros na fila de espera por uma vaga na UTI. O Brasil precisa de liderança, mas vai ser difícil encontrar um ministro que seja capaz de lidar, ao mesmo tempo, com a crise sanitária e com os impulsos de Jair Bolsonaro.”

Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania – “O pedido de demissão do ministro Nelson Teich, da Saúde, tido como um homem sério, é mais uma evidência de que Jair Bolsonaro interfere e continuará interferindo politicamente em órgãos que deveriam ter atuação eminentemente técnica. Na Polícia Federal, o fez em benefício próprio e de sua família e amigos. No Ministério da Saúde, também. Explora politicamente a doença, mesmo diante da morte de mais de 14 mil brasileiros, para guerrear com prefeitos e governadores de olho numa longínqua e incerta reeleição. Teich sai porque se recusou a agredir a ciência e o bom senso e receitar, como tratamento padrão e em fases iniciais, a cloroquina, medicamento que, até aqui, se mostrou ineficaz no combate à Covid-19, quando não ampliou a mortalidade por problemas nos rins e no coração decorrentes de seu uso. Bolsonaro trata ministros como gado. O presidente considera inimigo quem pensa diferente dele. E agora? Vai insistir em pôr o Brasil na contramão do mundo e nomear um negacionista como ele? Enquanto o governo se perde em discussões irrelevantes e troca dois ministros apenas por capricho lunático de Bolsonaro, a pandemia avança, quebra empresas e desemprega famílias, faltam leitos de UTIs, testes e equipamentos de proteção individual. Nada disso pode ser resolvido com cloroquina, mas com liderança e articulação internacional, qualidades que esta gestão já demonstrou não ter. Na democracia, certeza absoluta é a maior das ignorâncias autoritárias. Mas a saída de Teich não deixa espaço para dar ao presidente, que tenta fabricar uma realidade paralela, o benefício da dúvida. Somos (des)governados por um megalomaníaco mitômano.”

Rubens Bueno (Cidadania-PR), deputado federal e vice-presidente do Cidadania – “Temos uma pessoa desequilibrada na presidência. Precisamos urgentemente de saúde mental. Não dá, pra no meio de uma pandemia, trocarmos dois ministros que estavam fazendo um bom trabalho em virtude de caprichos de um presidente. É preciso sapiciência neste momento. Não estamos no Jardim de Infância. Ele precisa saber os efeitos de seus atos. E se não souber, vamos atuar!”.

Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara – “É lamentável que, no momento em que as instituições estão buscando estreitar o diálogo para enfrentar a pandemia, como ocorreu ontem no encontro entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente Jair Bolsonaro, e em que são registradas mais de 800 mortes em 24 horas, o país se depare com a segunda troca no Ministério da Saúde, em um mês, ainda que a pedido do seu titular. O que se espera é que o próximo ministro assuma suas funções com esse espírito de união, que começou a ser desenhado no dia de ontem, e que faça parte da construção desse grande entendimento, essencial para o fortalecimento do Brasil nesse momento de grave crise que vivemos.”

Efraim Filho (PB), líder do DEM na Câmara – “O ex-ministro Nelson Teich parte sem deixar nenhuma saudade. A impressão que fica é que ele realmente nunca assumiu realmente as suas funções. E desde a saída do ex-ministro Mandetta, o ministério da Saúde teve praticamente um mês perdido no momento mais crítico da pandemia. Deixou a população desorientada, sem um ponto de referência de autoridade da saúde, e a gente espera que isso possa se organizar daqui por diante.”

André Figueiredo (PDT-CE), líder da oposição na Câmara – “Mais um que não aguenta a conduta irresponsável de @jairbolsonaro. Em plena pandemia iremos pro terceiro Ministro da Saúde. Infelizmente isto só acontece no Brasil. Que Deus proteja nosso povo!”

Fernanda Melchiona (PSOL-RS), líder do PSOL na Câmara – “É muito grave a demissão do ministro Teich no meio desta crise, é o segundo ministro que sai do Ministério ou é saído diante de uma marcha obscurantista do Bolsonaro. O tema de fundo é que o Bolsonaro atrapalha as medidas sanitárias e tenta a todo momento que o Ministério da Saúde não cumpra as medidas essenciais para proteger a vida do nosso povo. É uma dança de cadeiras que, na verdade, o Bolsonaro busca um ministro que seja tutelado pela sua marcha anticiência, obscurantista e de propagação de fake news, estimulando inclusive o uso da cloroquina que não tem nenhuma comprovação científica que resolva esse caso, ao contrário, pode até piorar o combate à Covid-19. A situação é gravíssima. E nós temos mais a convicção de quem tem que ser demitido é o Bolsonaro para proteger a vida do nosso povo.”

Major Olímpio (PSL-SP), líder do PSL no Senado – “O dia que Nelson Teich aceitou ser ministro eu fiz uma fala que muitos criticaram, dizendo: ele não fica mais de 30 dias ou senão vai ter que rasgar o seu diploma de médico e a sua biografia. Pois Teich não quis rasgar seu diploma, nem jogar fora a sua história de vida. Ele ficou do lado da ciência e do lado da medicina.”

José Guimarães (PT-CE), deputado federal e líder da minoria na Câmara – “Enquanto Bolsonaro não confiar na ciência, teremos uma sucessão de problemas no Ministério da Saúde. Estamos no meio de uma pandemia e Teich já é o segundo ministro que deixa um governo lunático que já mostrou não ter o mínimo de liderança para gerir a crise.”

Arnaldo Jardim (SP), líder do Cidadania na Câmara – “O ministro da Saúde saiu, durou no cargo 28 dias. Mais uma evidente demonstração de que o presidente tem dificuldade para montar equipe, não suporta ter divergência. Mais do que isso, abdica e recusa qualquer avaliação técnica. Não convive com especialistas. Troca suas impressões pessoais pela ciência. Abre mão da ciência. Hoje o país vive um momento de instabilidade, um momento grave da pandemia. E essa instabilidade tem uma origem, é o comportamento do presidente Bolsonaro.”

Fabiano Contarato (Rede-ES), senador – “O ministro da Saúde, Nelson Teich, antes de sair dizia a amigos que estava difícil conciliar os desejos do Presidente (de uso da cloroquina e de flexibilização do isolamento). Agora, deixa o cargo. É mais um médico que não abandona a ciência e se insurge contra um Presidente que, a cada dia, nos leva para uma situação insustentável. Estamos diante de grave crise de saúde, mas mais do que isso: de uma crise política que precisa de uma resposta. O Presidente quer impor um plano catastrófico para o país! Não podemos nos calar diante de loteamento de cargos, de um militar submisso, ou de um político terraplanista e negacionista na Pasta da Saúde.”

Reginaldo Lopes (PT-MG), deputado federal – “Está difícil conciliar os desejos de Bolsonaro com a realidade. Essa foi uma das últimas declarações públicas do agora ex-ministro Nelson Teich. O Brasil é governado por alguém fora da realidade e incapaz de ter qualquer sentimento de humildade.”

Alessandro Vieira (Cidadania-SE), senador – “Bolsonaro não quer um médico para cuidar da saúde dos brasileiros. Quer um charlatão fanático. Ou um militar burocrático capaz de seguir ordens sem pensar. Dois ministros da saúde demitidos em plena pandemia não é só sinal de incompetência. É crime e está nas margens do homicídio.”

Paulo Pimenta (PT-RS), deputado federal – “Bolsonaro age de maneira perversa e dificulta conscientemente o pagamento do auxílio e o apoio as micro e pequenas empresas para impedir as pessoas de fazer a quarentena. É uma estratégia cruel e genocida.”

Talíria Petrone (PSOL-RJ), deputada federal – “Nelson Teich acaba de pedir demissão, menos de um mês depois de assumir o Ministério. Quem discorda do Presidente é obrigado a pular do barco, que afunda. Bolsonaro brinca com a vida de milhões de brasileiros, enquanto dezenas de milhares morrem.”

Alex Manente (Cidadania-SP), deputado federal – “O Brasil perde mais um Ministro da Saúde durante a maior crise dos últimos 100 anos. É impressionante como além da crise econômica e de saúde pública, nós vamos ter que suportar uma crise política.”

Fábio Trad (PSD-MS), deputado federal – “Mais grave que a demissão de Teich será a nomeação de outro militar em seu lugar. São centenas ocupando postos reservados a civis. Será que somente militares são competentes? O que está por trás disso?”

Maria do Rosário (PT-RS), deputada federal – “Caiu mais um ministro da saúde. Em meio à pandemia! Impeachment já!!! O Brasil precisa de governo para salvar vidas!!!”

Jean Paul Prates (PT-RN), senador – “O Brasil continua ladeira abaixo! Presidente quer impor suas opiniões, sem ouvir a ciência e sem diploma de medicina, e coloca a vida da população em risco. Em menos de um mês, temos a saída do segundo ministro da saúde que, pelo visto, não aceita desrespeitar seu juramento de médico.”

Marcelo Calero (Cidadania-RJ), deputado federal – “A demissão de mais um ministro da Saúde revela todo o desapreço do governo Bolsonaro por um governo técnico. Ele que se elegeu com essa bandeira não se conforma com aqueles que não se curvam aos seus caprichos, ao seu voluntarismo, ao seu obscurantismo. É impressionante que na pior pandemia que a humanidade já enfrentou em mais de 100 anos, a gente esteja brincando com o ministério da Saúde. Enquanto isso, os governos e as prefeituras tentam fazer o seu melhor. Mas a verdade é que não tem nenhuma coordenação. E sem coordenação a gente não tem perspectiva de futuro, a gente não tem planejamento, a gente não consegue inclusive ter uma luz no fim do túnel no que diz respeito à economia, que está tão fragilizada e que tem perdido tanto por conta dos efeitos do coronavírus. É imprescindível que a gente consiga avançar inclusive no impeachment de Bolsonaro. Está cada vez mais claro que o Brasil não aguenta um presidente que não tem qualquer compromisso com a vida, que não tem qualquer compromisso com a saúde dos brasileiros. Eu faço um apelo ao presidente Rodrigo Maia, há mais de 30 pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados. Que o presidente Rodrigo Maia aceite pelo menos um para que a gente inicie esse processo. Muitas pessoas me perguntavam se eu não achava que era inoportuno começar um impeachment no meio da pandemia. A rigor, seria inoportuno, mas a gente está vendo que continuar com Bolsonaro significa não ter futuro algum, significa que o Brasil está se curvando ao obscurantismo sem qualquer perspectiva de melhora.”

Jaques Wagner (PT-BA), senador – “Eu não estranho a saída. Estranho é um médico sério ter entrado neste Ministério.”

Eliziane Gama (Cidadania-MA), senadora – “A saída do ministro Nelson Teich, menos de um mês depois de ser nomeado, revela a gravidade da crise no governo. Foi forçado a sair porque não concordou com a ideia irresponsável de defender o uso deliberado da cloroquina e do fim do isolamento social. É um governo contra a ciência. O Covid-19 deve estar batendo palmas para o governo federal hoje. Com a pandemia em crescimento, o presidente deixa em frangalhos a sua principal estrutura de combate, o Ministério da Saúde. Atitude impensável, incompreensível!! Se em romance policial a autora perguntaria: a quem interessa o crime? Não creio que esse medicamento seja um caso de segurança nacional ou de governabilidade.”

Governadores

Flávio Dino (PC do B), Maranhão – “A confusão que Bolsonaro cria é única no planeta. Espero que as instituições julguem o quanto antes a produção de tantos desastres, entre os quais a demissão de DOIS ministros da Saúde em meio a uma gigantesca crise sanitária. O Brasil merece uma gestão séria e competente.”

Wilson Witzel (PSC), Rio de Janeiro – “Minha solidariedade, ministro Nelson Teich. Presidente Bolsonaro, ninguém vai conseguir fazer um trabalho sério com sua interferência nos ministérios e na Polícia Federal. É por isso que governadores e prefeitos precisam conduzir a crise da pandemia e não o senhor, presidente. É mais um herói que se vai.”

Renato Casagrande (PSB), Espírito Santo: “A saída de mais um ministro da saúde em meio a pandemia, mostra como estamos à deriva no enfrentamento à crise por parte do governo federal. Ou o PR deixa o ministério agir, segundo as orientações da OMS ou vamos perder cada vez mais brasileiros.”

Camilo Santana (PT), Ceará – “A saída do segundo ministro da Saúde em menos de um mês traz enorme insegurança e preocupação. É inadmissível que, diante da gravíssima crise sanitária que vivemos, o foco do Governo Federal continue sendo em torno de discussões políticas e ideológicas. Isso é uma afronta ao país.”

João Doria (PSDB), São Paulo – “O gesto demonstra mais uma vez a insensibilidade, a intolerância e a incapacidade do presidente Jair Bolsonaro de compreender a dimensão do cargo que ocupa como presidente da republica. Presidente Bolsonaro mistura os canais e pensa que governar o Brasil é administrar sua família. Não é presidente. Espero que o sucessor do ministro Nelson Teich continue seguindo a orientação da medicina e da saúde e que não incorra no grave erro de seguir orientações ideológicas, partidárias, pessoais ou familiares. Um ministro da saúde do Brasil deve proteger a saúde dos brasileiros e não a individualidade da intenção deste ou daquele mandatário.”

Fátima Bezerra (PT), Rio Grande do Norte – A saída de dois ministros da saúde em menos de um mês e, o mais grave, em plena pandemia, nos deixa estarrecidos e preocupados com o futuro do nosso país. O que está acontecendo no Brasil não se vê em lugar nenhum do mundo: um governo mergulhado em uma crise política e que deixa em segundo plano, o que deveria ser seu principal dever no momento: o cuidado e a proteção com a saúde das pessoas.”

João Azevêdo (Cidadania), Paraíba – “Infelizmente um mês sem avançarmos e agora mais um vácuo que será criado na Gestão da Saúde do país, no pior momento da Crise Sanitária vivida pelo Brasil. Onde iremos parar?”

Eduardo Leite (PSDB), Rio Grande do Sul – “Não houve sequer tempo para poder fazer uma avaliação do desempenho, uma vez que tivemos apenas um contato com os governos da região Sul e observávamos uma ação tímida do Ministério da Saude, que era justificada pela troca das equipes, que fez com que perdesse de velocidade. Não significa uma atuação menos clara de rumo. Aguardamos o que vier a dizer, mas não podemos deixar de lamentar que num momento de enfrentamento tenhamos uma segunda troca. O enfrentamento precisa de uma politica pública de saúde com força, integração. Uma nova troca de equipe sem dúvida prejudica o enfrentamento. Gera perda de ritmo. E não podemos perder ritmo e força no enfrentamento a uma doença que está levando a milhares de pessoas a perderem vida. A falta de clareza do governo federal gera outro efeito, que é a perda de confiança da capacidade do governo central e pouca expectativa positiva, inclusive da economia. Se as pessoas não observarem de maneira correta, não adianta dizer que saiam de casa e voltem a consumir, porque o governo não dá clareza pra que possam voltar a vida normal. É fundamental que o governo se alinhe e ajuste sua política na área pública com respeito à ciência e integração com os entes subnacionais, como fazemos com as prefeituras. É necessário integração e não enfrentamento. Lamento que o governo não tenha encontrado seu rumo, mas não deixaremos de fazer nossa parte.”

Rui Costa (PT), Bahia – “Inaceitável. Plena #pandemia, em 30 dias, dois ministros da Saúde demitidos por não aceitarem seguir as orientações médicas de um presidente que nada entende de Saúde. O país exige respeito à vida, à medicina e à ciência.”

Romeu Zema (Novo), Minas Gerais – “Tomei conhecimento do fato enquanto eu descia as escadas aqui para o primeiro andar. Como é uma informação muito superficial, eu lamento, acho que toda substituição, principalmente no caso dele, foi uma estadia curta, talvez indique que alguma coisa não foi bem conduzida, mas eu não saberia analisar neste momento.”

Wellington Dias (PT), Piauí – “O país tem que encontrar o seu rumo, não é razoável a decisão de mudar dois ministros em tão poucos dias, especialmente quando estes ministros anunciam um conjunto de medidas pactuadas com estados, municípios, ciência, autorizando pesquisa, autorizando compra de equipamentos. Nós precisamos ter o Governo Federal apoiando quem assumir o cargo de ministro da saúde. Os estados, os municípios, o povo precisam nesse instante de estabilidade, de um poder central coordenando as ações de combate ao coronavírus no Brasil.”

Waldez Góes (PDT), Amapá – “A demissão do ministro Teich em menos de 30 dias aumenta ainda mais a insegurança quanto ao enfrentamento à pandemia do coronavírus, que deveria ser coordenado pelo governo federal. Cada vez mais, recai sobre governadores e prefeitos a responsabilidade de tomar medidas para achatar a curva da Covid-19. Esse trabalho, que tem sido fundamental para evitar uma tragédia ainda maior, é questionado exatamente pelo presidente, que foge da responsabilidade de unir e conduzir o país num momento tão crítico.”

Paulo Câmara (PSB), Pernambuco – “Em menos de 30 dias, em uma fase crítica da pandemia, o Brasil perde o segundo ministro da Saúde. Gestores locais têm adotado um caminho para combater a crise, ouvindo a ciência, o país parece não ter encontrado um. E milhares de vidas seguem expostas. O presidente só investe em divisões internas e externas, a população sofre. Não se pode enfrentar uma pandemia pautado por ideologia, sem considerar ciência e realidade. Nossa única guerra é contra a Covid-19. Nela, infelizmente, o presidente é o comandante que não sabe liderar.”

Renan Filho (MDB), Alagoas – “Mais um ministro da saúde fora. Como disse Cazuza: ‘o tempo não para’. Cada dia perdido é uma derrota para o vírus. Independente de nome, o Brasil deve respeitar a vida, a ciência, as recomendações médicas e promover entendimento entre instituições para superar a pandemia”

Magistrados e entidades

Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – “O ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu exoneração nesta manhã. E assim, com método e paciência, Bolsonaro vai destruindo o Brasil e semeando a morte e o descrédito.”

Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – “Mudanças constantes no Ministério da Saúde comprometem o enfrentamento da pandemia da COVID 19, mostram fragilidades que precisam ser enfrentadas com cidadania, fé e esperança.”

Anistia Internacional – “Diante do pedido de demissão de Nelson Teich do Ministério da Saúde, a Anistia Internacional Brasil destaca o quão fundamental é, neste momento em que o Brasil entra na fase mais aguda da pandemia da COVID-19, que o presidente da República e todas as outras autoridades adotem medidas baseadas em evidências científicas, com o objetivo de proteger as vidas de todos e todas.

Até o momento, o governo federal não apresentou medidas adequadas para o enfrentamento dessa crise. E a postura do Presidente Jair Bolsonaro dificulta ainda mais as urgentes respostas que precisam ser dadas para superarmos esse momento.

Na última quinta-feira, a Anistia Internacional e outras 35 organizações e movimentos sociais lançaram a campanha “Nossas Vidas Importam”, que traz uma lista de recomendações para que a resposta à COVID-19 seja inclusiva e adequada às necessidades de todos e todas.

‘Salvar as vidas de brasileiros e brasileiras está nas mãos do Presidente Jair Bolsonaro. É seu dever liderar o enfrentamento dessa pandemia com responsabilidade. A instabilidade política eleva ainda mais os riscos a que brasileiros e brasileiras estão expostas. Todas as autoridades precisam trabalhar de forma coordenada para dar respostas adequadas à crise, sobretudo para as populações em situação de maior vulnerabilidade. Não temos tempo a perder. E as autoridades brasileiras precisam assumir compromissos rígidos com os direitos humanos imediatamente’, afirma Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional.

As populações vulneráveis às quais exigimos uma resposta para a COVID-19 são: moradores e moradoras de favela, mulheres, indígenas, LGBTQIs, especialmente pessoas trans, quilombolas, migrantes e refugiados, pessoas em situação de rua, pessoas em privação de liberdade, e idosos e idosas, crianças e adolescentes desses diferentes grupos, população negra e trabalhadores e trabalhadoras informais e autônomos.”

G1