Boletim aponta 4 milhões de infectados por Covid-19, com quase 124 mil mortos no Brasil
O Brasil chegou a 4 milhões de infectados pela Covid-19, segundo o boletim das 20h do consórcio de veículos de imprensa. Com 48.632 novos casos, são 4.001.422 de diagnósticos confirmados da doença no país. Foram notificadas também 1.218 mortes, elevando o total para 123.899 vidas perdidas para o novo coronavírus.
O consórcio de veículos de imprensa é formado por O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo, e reúne informações das secretarias estaduais de Saúde. A iniciativa dos veículos da mídia foi criada a partir de inconsistências nos dados apresentados pelo Ministério da Saúde.
Já os dados da pasta divulgados na noite desta quarta-feira indicam que o Brasil tem 3.997.865 infectados, após registrar 46.934 novos casos de Covid-19. Há também 1.184 mortes provocadas pela doença, das quais 392 ocorreram nos últimos três dias, elevando para 123.780 óbitos.
São Paulo é o estado com mais casos da doença: são 826.331 até o momento. Seguido por Bahia (262.299), Rio de Janeiro (228.332), Minas Gerais (222.048) e Ceará (218.396). Em relação às mortes, São Paulo também aparece na frente, com 30.673. Depois vêm Rio de Janeiro (16.315), Ceará (8.480), Pernambuco (7.656) e Pará (6.201).
De acordo com a Universidade Johns Hopkins, há 25,8 milhões de casos de Covid-19 confirmados no mundo. À frente do Brasil aparecem apenas os EUA, com 6.107.350 de infectados. O Brasil figura no segundo lugar, seguido pela Índia (3.769.523) e Rússia (1.001.965).
O primeiro caso do novo coronavírus no Brasil foi identificado em São Paulo, no dia 26 de fevereiro. São 189 dias de circulação do Sars-CoV-2 no país. O primeiro milhão foi alcançado em 19 de junho, 114 dias após o diagnóstico do homem em São Paulo que havia viajado para a Itália, na região da Lombardia.
O país chegou aos 2 milhões de infectados em 16 de julho, 27 dias depois. Os 3 milhões ocorreram após 23 dias, em 8 de agosto, demonstrando a velocidade da doença no Brasil. Já os 4 milhões foram alcançados depois de 25 dias, o que pode ser o indício de uma desaceleração da doença no país.
— Vivemos um período de grande expansão da doença no Brasil nesses últimos meses. Sabemos que o crescimento é exponencial, o que significa que os prazos para duplicar os infectados são menores a cada subida nos números. Estamos chegando a um platô de pico e a tendência as próximas semanas e meses é começarmos a reduzir essa disseminação — afirma Alberto Chebabo, professor da UFRJ e infectologista do laboratório Sérgio Franco.
Segundo o levantamento semanal do Imperial College de Londres, a taxa média de transmissão (Rt) do novo coronavírus no Brasil caiu de 1 para 0,94, o índice mais baixo desde abril. Isso significa que 100 pessoas contaminadas pela Covid-19 transmitem o vírus para outras 94, indicando queda na propagação do novo coronavírus em território Brasileiro.
— A nossa expectativa, por vivermos em um país com dimensões continentais, desde o início era viver um período de expansão grande da doença, até agosto e setembro, e a partir daí começar a ter uma redução, porque bate com o período sazonal de redução de transmissão de doenças respiratórias — explica Chebabo. — O mais triste nisso tudo foi a dimensão de casos e óbitos que tivemos até agora. O período já era previsto, mas um número tão grande de casos e óbitos talvez pudesse ter sido evitado se tivéssemos tomado medidas mais restritivas neste tempo todo.
Na visão do infectologista Leonardo Weissmann, conselheiro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o aumento da capacidade de testagem não necessariamente contribuiu para chegarmos aos 4 milhões de casos tão rapidamente.
— Embora tenhamos começado a se testar um pouco mais e isso faça crescer o número de casos, há também uma grande subnotificação. Durante vários meses da pandemia muitas pessoas não eram testadas e esse número provavelmente é muito maior — avalia.
Para o especialista, é primordial que as autoridades e a população unam forças e respeitem as medidas de isolamento social para ajudar a diminuir o ritmo de evolução da doença.
— Só vamos conseguir controlar a pandemia se todos estiverem unidos e falando a mesma língua. É preciso que as autoridades, tanto em nível federal, estadual e municipal, ajam como verdadeiros líderes, com medidas de saúde públicas adequadas. E não falando o que acha e passando a bola para a populaçao decidir. E a população precisa fazer sua parte e deixar de colocar toda a culpa da pandemia nos políticos. Não foram as autoridades que mandaram as pessoas lotarem as praias ou fazerem comemorações sem máscaras no final de semana — diz Weissmann.
De acordo com Chebabo, os números oficiais representam até 20% dos casos que devem existir de Covid-19 no Brasil.
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