OMS diz que as duas últimas semanas foram as piores da pandemia no mundo

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Gebreyesus. Foto: Christopher Black/Reuters

O mundo registrou mais casos de Covid-19 nas últimas duas semanas do que nos primeiros seis meses da pandemia, segundo o balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta segunda-feira (3).

Veja abaixo, em números absolutos, a comparação entre os dois períodos:

11.439.682 casos de coronavírus entre 19/04/2021 e 02/05/2021.
11.136.596 casos de coronavírus entre janeiro e junho de 2020.

O diretor-geral da agência de saúde das Nações Unidas, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse em entrevista coletiva que Brasil e Índia foram responsáveis pelo aumento no número de casos de Covid-19 em todo o mundo.

Nesta segunda, a Índia registrou mais 3,4 mil mortes e 368 mil casos, elevando o total de vítimas para 218,9 mil e o de infectados, para 19,9 milhões.

Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 1.210 mortes por Covid e total de vítimas passa de 407 mil, segundo o balanço mais recente divulgado pelo consórcio de veículos de imprensa.

O diretor-geral da OMS alertou que o que acontece nesses dois países pode ocorrer em outros lugares se as medidas de saúde pública – como distanciamento social e uso correto da máscara – não forem seguidas.

Entrega de vacinas

Também nesta segunda, Ghebreyesus anunciou o balanço de envios da aliança Covax Facility, consórcio liderado pela OMS para a oferta de vacinas a países pobres.

Segundo o chefe da iniciativa, mais de 50 milhões de doses foram enviadas para ao menos 121 países, mas a organização ainda enfrenta “sérias dificuldades de fornecimento”.

O chefe da OMS agradeceu ao apoio do governo sueco que anunciou, nesta segunda, a doação de 1 milhão de doses da vacina de Oxford para o consórcio internacional.

A doação do país europeu segue uma tendência de outras nações que já anunciaram, nas últimas semanas, apoio à OMS com a doação de vacinas já contratadas, como a França, Nova Zelândia e Noruega.

Segundo mandato

O site especializado em saúde Stat News noticiou nesta segunda que Ghebreyesus planeja concorrer a um segundo mandato de cinco anos como chefe da agência.

As informações foram dadas com base em fontes e não foi confirmada pela equipe de Ghebreyesus.

O etíope se tornou em 2017 o primeiro africano a comandar a agência das Nações Unidas sediada em Genebra, e fez da cobertura de saúde universal sua prioridade

Diplomatas disseram que o apoio de nações africanas a Ghebreyesus seria crucial para uma reeleição – mas que uma indicação da Etiópia seria difícil.

Isso porque ele foi acusado por militares do país de apoiar e tentar obter armas e apoio diplomático ao partido político predominante do Estado de Tigré, que está enfrentando forças federais.

G1