Cientistas canadenses identificam procedimentos que expõem médicos à Covid-19

Foto: Unsplash

Um estudo liderado por cientistas da Universidade de Alberta, no Canadá, revelou quais são os procedimentos mais arriscados para profissionais da saúde que trabalham na linha de frente da pandemia de Covid-19. Os estudiosos realizaram uma revisão sistemática das diretrizes de saúde pública, publicações científicas e documentos de políticas públicas compartilhadas em todo o mundo. Os resultados da análise foram divulgados esta semana no BMJ Open Respiratory Research.

O foco dos especialistas foi avaliar os procedimentos de acordo com o risco de exposição do profissional a aerossóis possivelmente contaminados de pacientes com o novo coronavírus. Segundo o estudo, a autópsia, a aspiração das vias aéreas e a ressuscitação cardiopulmonar são algumas das técnicas mais arriscadas para médicos e enfermeiros.

“O que procuramos fazer foi entender quais procedimentos geram aerossóis e, portanto, exigem um grau superior de equipamentos de proteção individual”, disse Sebastian Straube, líder do estudo, em declaração. “Onde houve 80% de concordância de uma série de documentos de origens diferentes [que foram analisados], estamos razoavelmente confiantes de que, sim, a classificação desses procedimentos como geradores de aerossol é precisa.”

Os estudiosos afirmam que o objetivo é impedir que os profissionais de saúde sejam infectados com o Sars-CoV-2, tanto para protegê-los de doenças graves enquanto indivíduos, quanto para manter os níveis de pessoal nos sistemas de saúde durante a pandemia. Como explicou Straube, a pesquisa “fornece um resumo das evidências para informar as decisões de formulação de políticas e o desenvolvimento de diretrizes”.

A equipe destaca que os profissionais de saúde que realizam esses procedimentos devem usar respiradores de máscara facial com filtro, conhecidos como máscaras N-95, luvas, aventais e proteção para os olhos. Para Straube, os equipamentos de proteção individual normalmente são considerados inferiores na “hierarquia” de controles de risco de contaminação, mas isso não descarta sua importância. “Eliminar o perigo ou substituí-lo, bem como abordagens administrativas e de engenharia para o controle de perigos também devem ser consideradas”, afirmou o especialista.

Revista Galileu