Alemanha vai receber três milhões de testes de coronavírus da Suíça

Primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel. Foto: Carta Capital

A Alemanha anunciou nesta segunda-feira um acordo com o laboratório suíço Roche para receber 3 milhões de testes de anticorpos para detectar o novo coronavírus em maio, número que subirá para 5 milhões nos meses seguintes.

Segundo o ministro de Saúde da Alemanha, Jens Spahn, especialistas avaliarão se os testes podem ajudar o governo do país a decidir sobre o relaxamento das medidas de distanciamento social adotadas para evitar a disseminação do vírus.

Ontem, os testes produzidos pela Roche receberam autorização da Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês), a agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos.

O exame sorológico é usado para determinar se uma pessoa ganhou imunidade contra uma patologia ou não.

Os testes de anticorpos são vistos por muitos países como uma forma de permitir a reabertura das economias e autorizar que as pessoas voltem a trabalhar. O Chile, por exemplo, foi o primeiro a anunciar que concederá “cartões de imunidade” para pessoas que já contraíram o vírus.

Apesar disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) adverte que ainda não há evidências suficientes sobre como e por quanto tempo as pessoas adquirem proteção contra a covid-19 após a primeira infecção.

Spahn disse hoje que pediu ao Conselho de Ética da Alemanha, um órgão independente do governo, que avaliasse se um programa desse tipo cumpriria o objetivo desejado sem violar os direitos da população. O temor é que parte das pessoas busque se infectar de propósito para obter um “cartão de imunidade” mais rapidamente.

A Alemanha iniciou nesta segunda-feira uma nova etapa do plano de relaxamento das medidas de distanciamento social, com a retomada parcial das aulas e das atividades em alguns setores do comércio. Igrejas, áreas de recreação, museus e zoológicos também foram reabertos.

A primeira-ministra do país, Angela Merkel, terá uma reunião na quarta-feira (6) com os governadores dos 16 Estados alemães para definir novas flexibilizações.

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