Engenheiros da Nasa criam ventilador mecânico para pacientes com Covid-19

Parte da equipe de engenheiros que projetou o novo ventilador. Foto: NASA/JPL-Caltech

Nas últimas semanas, a pandemia de Covid-19 levou organizações de diversos setores a tentar construir e reparar ventiladores mecânicos (entre elas, Arcelor Mittal, Vale, montadoras de automóveis, a Dyson e a Poli-USP ). A demanda por esses aparelhos, que não podem falhar nunca, tornou-se grande demais. São necessários modelos com desempenho impecável, porém mais baratos e de fabricação mais rápida. Agora, uma das “marcas” de tecnologia mais fortes do mundo coloca seu nome nesse esforço global: pesquisadores da Nasa, a agência espacial americana, criaram um desses equipamentos para os doentes mais graves.

O trabalho durou 37 dias e foi conduzido por engenheiros no Laboratório de Propulsão a Jato (LPJ) da Nasa na Califórnia. Na terça-feira (21/4), o protótipo foi testado na Escola de Medicina Icahn, do Sistema de Saúde Monte Sinai, em Nova York. “O protótipo da Nasa funcionou como esperado sob grande variedade de condições simuladas de um paciente”, afirmou Matthew Levin, diretor de Inovação da Escola. “A equipe se sente confiante que o Vital vai ventilar com segurança pacientes de Covid-19 nos EUA e pelo mundo todo”.

Depois disso, a Nasa solicitou avaliação rápida à FDA (agência que aprova ou reprova medicamentos e equipamentos médicos nos EUA). “Somos especialistas em engenharia espacial, não na produção de equipamentos médicos. Mas engenharia excelente, testagem rigorosa e prototipagem rápida são algumas das nossas especialidades”, afirmou o diretor do LPJ, Michael Watkins, num comunicado da Nasa.

O ventilador mecânico recebeu o nome de Vital (sigla em inglês para Tecnologia de Intervenção Ventiladora Localmente Acessível). Segundo a Nasa, o modelo é mais fácil de construir e de manter do que os tradicionais; tem menos partes; e pode ser adaptado para uso em hospitais de campanha. Enquanto os equipamentos tradicionais são construídos para durar anos, o Vital tem vida útil de três ou quatro meses. A Nasa informou que, após a aprovação da FDA, vai oferecer gratuitamente a licença de fabricação e que já procura uma companhia parceira para a produção em série.

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