Com Brasil contra, ONU adota medida que pede cooperação no combate à Covid-19

Presidente Jair Bolsonaro. Foto: Ueslei Marcelino / Reuters 

Com o apoio de 179 países, a Assembleia Geral da ONU adotou na noite de segunda-feira uma resolução demandando uma ação global para acelerar rapidamente o desenvolvimento, a produção e o acesso à remédios, vacinas e equipamentos médicos frente ao novo coronavírus. O Brasil, ao lado dos Estados Unidos, da Hungria, do Irã e da Rússia, está entre os 14 Estados-membros que não patrocinaram a medida.

Como a Assembleia Geral não está realizando votações durante a pandemia, um rascunho da resolução circula antecipadamente entre as nações e, caso um país apresente objeções antes do prazo, a medida é derrotada. Em tempos normais, os documentos são adotadas por votação ou consenso.

Na prática, os 14 países que não patrocinaram o documento não o endossaram, mas também não impediram sua implementação.

Apresentada pelo governo mexicano, a medida pede que o secretário-geral da ONU, António Guterres, trabalhe em conjunto com a Organização Mundial da Saúde para coordenar, identificar e recomendar opções que garantam o acesso justo, transparente e eficiente a remédios, equipamentos e futuras vacinas, em especial em países em desenvolvimento.

Reafirmando o direito de todas as pessoas ao melhor atendimento de saúde disponível e reconhecendo a vulnerabilidade dos mais pobres e o impacto que pandemia terá sobre eles, o documento também encoraja os Estados-membros a trabalharem em conjunto para aumentar a pesquisa sobre vacinas e medicamentos e a colaboração científica.

O documento também pede para que as nações e outros grupos interessados tomem ações legais para impedir o acúmulo e especulações que podem limitar o acesso de outros aos remédios e equipamentos. Ela também pede uma coordenação mais eficiente, inclusive com o setor privado, para a produção de remédios antivirais, equipamentos de produção e testes diagnósticos.

O Globo